A
ROSA NEGRA
João e Lélia escolheram para morar uma
pequena cidade, chamada Belo Vale, porque tinha alto índice de qualidade de
vida. Situada no vale do rio Ité, uma região muito linda e produtiva com muitas pousadas sempre lotadas
nos fins de semana, por causa dos esportes aquáticos.
Estavam casados e Lívia estava com três anos,
e queriam que sua filha crescesse em um
lugar tranqüilo e tivesse uma infância cheia de brincadeiras em um lindo pátio.
Eles eram de família abastada, e ambos eram médicos.
Compraram uma casa grande, com um pátio
imenso, com pomar, horta e um lindo jardim. Nas peças da frente ficariam os
consultórios e para trás as demais peças da casa, na qual a sala dava para o
lindo jardim e para piscina.
Ao lado morava a família de Geraldo e
Jane, ele era comerciante na cidade, e sua casa também tinha um pátio grande, com pomar e
jardins, e um lindo roseiral. Sendo que as duas casas se comunicavam por um
pequeno portão no meio da cerca divisória.
Os vizinhos Geraldo e Jane os acolheram com
muito carinho, e as crianças logo se acertaram nas brincadeiras. Igor era filho
do casal e tinha a mesma idade de Lívia, e Alex era mais velho dois anos. Alex
tinha sido recebido pelos tios após ter perdido os pais precocemente.
Alex com dez anos, já gostava de cuidar das
flores, não brincava mais com os pequenos, mas os cuidava. E eles passavam os
dias inteiros juntos. Iam para escola e depois dos deveres prontos as
brincadeiras iam até a noite, quando relutavam para tomar banho para se
aprontarem para o jantar.
João e Lélia logo formaram grande clientela e
eram muito queridos na cidade e em toda redondeza. O tempo passava rápido e
Lívia já estava ficando uma mocinha. Os pais queriam que ela estudasse piano, e
aprendesse a falar francês e inglês. Ela era inteligente e conseguia conciliar
o estudo com as brincadeiras e sempre tinha tempo para os amigos.
Na adolescência Lívia descobriu que Alex era
muito importante para ela, gostava também de Igor, mas era diferente. Ele era
um bom amigo. Porém Alex mexia com o coração dela.
Lívia muitas vezes pegou Alex olhando para
ela, que por sua vez devolvia o olhar. E eles ficavam um tempo só se olhando.
Ele nunca havia dito nada a respeito, mas ela tinha certeza que ele gostava
dela. Ainda eram muito jovens.
Quando ela fez quinze anos, seus pais fizeram
uma bonita festa. Todos esperavam que ala convidasse o Igor para ser seu par e
dançar a valsa, mas ela elegeu Alex para ser seu par na festa.
Ela escolheu um vestido na cor branca todo
enfeitado com pequenos botões de rosa cor de rosa. Ela se arrumou com esmero,
não por vaidade, mas porque queria ficar bonita para Alex.
Ele
também se vestiu com cuidado, usou um terno na cor grafite com uma gravata
colorida em tons de verde. Escolheu essa cor de gravata para combinar com os
olhos dela. Não queria decepcionar Lívia.
Eles formavam um par bonito. Dançaram a valsa
e seguiram dançando e enquanto dançavam ele falou a ela:
-- Lívia, eu quero te dizer uma coisa.
-- É... Então diga....
-- Tu és muito bonita, e hoje tu estás
demais, estás deslumbrante.
-- É ? Obrigada. Mas tu também estás muito
alinhado, para não dizer que estás lindo.
Ambos riram.
-- Eu quero te dizer uma coisa.
-- O quê?
-- Que eu gosto muito de ti, muito mais do
que a forma que um amigo gosta. Eu acho que estou apaixonado por ti, desde
sempre.
-- Eu também te gosto, Alex. Muito mais que
se gosta de um amigo.
-- Eu gostaria de namorar contigo, mas não
posso.
-- Por quê?
-- Porque tu és uma menina rica, eu moro de
favor na casa de meus tios. Eu não tenho nada.
-- Tens sim! Eu ouvi a tia Jane falando com
minha mãe que tu tens a herança de teus pais, que só receberá quando fizer
vinte e um anos.
-- É
mas acho que não é muita coisa.
-- Eu quero namorar contigo.
-- Mas não sei se teus pais vão consentir.
Eles querem que tu namores o Igor. Aliás, todos querem. Meus tios também, eles
passam falando e sonhando com isso.
-- Então vamos esperar um pouco mais. Ficamos
desde já comprometidos. Eu não olho para nem um rapaz e tu para nenhuma moça.
Fechado?
-- Fechado. Mas posso te convidar para
passear aos domingos.
-- Sim, vamos para praça e nos encontramos
sempre lá.
Dançaram mais um pouco e logo Lélia veio
dizer a Lívia que ela devia dar atenção aos outros convidados. E eles se afastaram. Alex logo foi embora da
festa.
E assim fizeram todos os domingos à tarde, o
grupo de amigos se encontrava na praça. E Alex e Lívia sempre se colocavam
juntos um do outro.
Certo domingo estava chovendo e Lívia chamou
seus amigos para sua casa. Iriam jogar Banco Imobiliário. Alex e Lívia ficaram
de fora naquela rodada. Eles foram para a cozinha para fazer pipoca. E
aproveitaram que estavam a sós e trocaram o primeiro beijo deles.
Foi um beijo suave, tímido que os deixou de
pernas bambas. Voltaram para a sala com a pipoca, sentaram-se lado a lado e por
baixo a mesa de deram as mãos.
O tempo
passou rápido. Lívia terminou o ensino médio. Estava estudando para o
vestibular, queria medicina, era muito concorrido, precisa se dedicar. Parou de
sair com os amigos. Apenas Alex conseguia passar um tempo com ela no fundo do
pátio.
Igor também estava estudando, queria cursar
engenharia. E Alex não queria estudar mais, queria cuidar das flores. Embora
Lívia já tivesse falado que ele deveria estudar botânica.
Igor e Lívia passaram nas provas e estudariam
no mesmo campus da universidade. Iriam morar em Santa Joana, que ficava a
quatrocentos quilômetros dali.
Alex despediu-se de Lívia, no lugar onde
sempre se encontravam lá no fundo do quintal. Abraçaram-se, beijaram-se,
trocaram juras e promessas e choraram muito. Combinaram de se falarem todos os
dias a noite pelo celular.
Lívia pouco esteve em casa no período de
estudo, porque os seus pais sempre iam visitá-la e nas férias viajavam. Mas em
uma dessas poucas ocasiões era fim de ano e Alex a convidou para o baile.
Ela ficou muito feliz com o convite. Comprou
um vestido novo, todo branco, enfeitado com strass. Alex também estava todo elegante
em um smoking preto com camisa branca e gravata preta.
Ele era um rapaz bonito, alto, forte, cabelos
e olhos escuros. Era tímido, sincero e bondoso.
Lívia tinha ser tornado uma moça muito
bonita, era alta, elegante, cabelos longos num tom castanho claro, os olhos
verdes claros e tinha um sorriso deslumbrante. Era simpática, acolhedora e
caridosa.
O casal saiu e Lélia ficou observando o
comportamento deles. Era evidente que Alex gostava de Lívia, desde criança ele
sempre a cuidava e protegia. Mas ele não tinha estudado o que poderia oferecer
a ela?
A mãe de Lívia sabia que ela desde pequena
gostava mais de Alex do que de Igor, que era declaradamente apaixonado por Lívia.
Sabia também que Igor já havia pedido para que Lívia aceitasse ser sua noiva.
Mas ela mais de uma vez recusara. E Lélia nunca desconfiou do arranjo que sua
filha e Alex tinham feito, de namorarem disfarçadamente entre o grupo de
amigos.
Lélia não falou nada ao marido quando ele se
chegou a ela e perguntou o que tanto pensava. Ela apenas sorriu e não
respondeu. Abraçou o marido e o convidou para tomar um refresco, estava muito
quente.
Lélia mal dormiu naquela noite e cedo acordou
e sentou-se no jardim para ver o nascer do dia e saborear uma xícara de café. O
banco em que sentara ficava em um ângulo que ela poderia ver o portão de
entrada sem ser vista. Estava esperando por Lívia, que ainda não chegara.
Não demorou muito Alex estacionou o carro.
Desceu e rodeou para abrir a porta para Lívia e ajudá-la a descer. Ele a
acompanhou até o portão enquanto segurava sua mão. Pararam e ficaram se olhando
por um tempo, então se beijaram.
Aquelas férias foram dias felizes para Alex e
Lívia. Porém Igor estava irritado. Os primos agora seguidamente discutiam.
Geraldo e Jane não sabiam o que fazer, mas era visível e sempre foi a
preferência de Lívia por Alex.
As férias estavam no fim. Alex convidou Lívia
para jantar. Escolheram uma cantina pequena e acolhedora, com mesas cobertas
com toalhas xadrez vermelho e branco, e decoração bem rústica.
Conversaram muito sobre muitas coisas. Só no
fim que Alex disse;
-- Lívia, eu te amo, e meu maior desejo é
estar junto de ti pelo resto de minha vida.
-- Eu também te amo. Desde que éramos
crianças, eu sempre sonhei ser tua mulher.
-- E tu és a minha querida namorada, a
namorada que eu sonhei. Eu trouxe essa rosa para ti dar. Peço que a guarde,
assim lembrarás sempre de mim.
-- Eu vou guardar, sim, com todo cuidado, com
todo o amor.
Olharam-se por um longo tempo. Deixaram a
cantina e foram devagar de mãos dadas até o carro. Ficaram dando voltas pela
cidade, pois não queriam se separar. Por fim foram para casa. Despediram-se com
um beijo apaixonado entre as lágrimas que derramavam.
No outro dia cedo da manhã, Lívia voltou para
a universidade. Eles se falavam sempre por telefone, mensagens, Face.... Mas um
dia a comunicação cessou....
Alex sumiu. Sem deixar nenhum bilhete, sem
dizer nada a ninguém.
Quando Lívia soube entrou nela uma tristeza intensa.
Os tios de Alex estavam preocupados, um rapaz
quieto e trabalhador. O quê teria acontecido? A única noticia que tiveram foi
que ele sacou parte do seu dinheiro do banco. Esse dinheiro era a herança deixada por seus pais. Havia ainda
algumas propriedades.
Lívia não tinha mais ânimo nem para estudar.
Igor aproximou-se dela, procurando ajudar a amiga a ter novamente alegria de
viver. Todos os dias ele estava com ela,
saiam para um cinema, uma caminhada no parque, uma janta entre amigos.
O tempo foi passando e nenhuma noticia de
Alex. Os pais de Lívia a levaram em uma longa viagem que se prolongou por todo
o período de férias. Esse seria o último
semestre e logo ela estaria se formando.
Não só Lívia estava se formando, mas também
Igor. As famílias então resolveram fazer uma grande festa conjunta. Os amigos
foram o centro das atenções e todos perguntavam se eles não iriam casar,
formavam um lindo par.
Igor já tinha feito essa proposta a ela, que
dizia sempre não.
Os pais de Lívia estavam fazendo pressão para
que ela aceitasse casar com Igor, que era um rapaz bonito, elegante, rico e
formado. Formavam um belo par. Ela com ele teriam segurança e ele seria um bom
marido, pois a amava muito.
Ela que deixasse de pensar em Alex que nunca
quis estudar, era um rapaz bonito sim, mas muito esquisito, só queria saber de
flores. Que futuro ela teria? Ela uma moça educada, fina, elegante, bonita
teria que trabalhar para sustentar um marido maluco.
Mas ela não queria ouvir, queria esperar por
ele, sabia que Alex a amava de verdade. Só não sabia por que ele havia sumido
sem dizer nada a ela?
Agora fazia três anos que Alex tinha partido.
Lívia ainda sentia seus carinhos, sonhava com seus beijos, com seu corpo forte
e quente junto ao seu. Chorava acordada, acordava chorando. E a rosa que Alex
dera a ela estava sempre perto dela. Todo o dia ela pegava a flor seca e fazia
uma oração por ele.
Igor tinha aberto um escritório de engenharia
e estava progredindo na profissão. E não desistia de Lívia. Continua a
pressionando para casar.
O longo tempo de afastamento de Alex deixou
Lívia vulnerável. Seus pais continuavam insistindo para que casasse com Igor.
Também os pais de Igor queriam o casamento dos dois.
Lívia cedeu. Aceitou casar com Igor.
As famílias muito contentes começaram os
preparativos. Lívia deixou por conta de sua mãe. Estava apática. Lá no fundo do
seu ser tinha esperança que Alex iria voltar.
Ela foi protelando, adiando a data do casamento.
Mas Jane adoeceu gravemente, um câncer no fígado, e ela tinha pouco tempo de
vida. Queria ver seu único filho casado com a sua linda noiva.
E então a data foi marcada para breve.
Apesar de sua doença Jane quis que os planos
de uma grande festa fossem mantidos. Seria uma linda festa com quinhentos
convidados.
A igreja da cidade estava toda enfeitada de
rosas brancas, tapete vermelho. O povo da cidade foi espiar o casamento da
filha dos doutores. A praça em frente a igreja ficou lotada. A igreja também
não tinha espaço para os quinhentos convidados.
Livia no braço de seu pai adentrou ao templo
e deixou as lágrimas rolarem. As rosas sempre lembravam Alex. Queria que fosse
ele que a estivesse esperando no altar. Tinha vontade de dar meio volta.
Ela estava linda, em um vestido de renda
branca com mangas longas, decote reto e uma longa cauda. Uma delicada grinalda
com um véu curto. Levava um buquê de rosas brancas.
Igor não se continha de felicidade. Tinha
conseguido, ela seria sua esposa. Aquela linda noiva que se aproximava do
altar, vinha para se casar com ele. Ela a recebeu com um beijo na mão.
O padre iniciou a cerimônia, e quando chegou
a hora de Lívia responder que aceitava ser esposa de Igor, ela hesitou. Fez um
silêncio geral na igreja e depois de uma grande pausa, Lívia disse NÃO.
Todos ficaram perplexos com a atitude dela.
Ela, porém saiu sozinha de cabeça erguida. Sem se importar com o que aquela
gente estava pensando ou falando dela.
Foi para sua casa, trocou de roupa, arrumou
uma valise e saiu em seu carro. Foi embora. Foi para casa de uma colega de
faculdade, e de lá ligou para seus pais dizendo que estava bem, que não se
preocupassem com ela. Ela precisava ficar só.
Decidiu que iria trabalhar nos Médicos Sem
Fronteira. Preparou-se e foi.
João e Lélia arrependeram-se de terem se
intrometido tanto na vida de sua filha. Agora ela estava distante e trabalhando
em condições adversas. Já fazia dois anos que Lívia estava longe, e naquela
semana Alex havia procurado por ela.
Alex estava diferente, tinha se tornado um
homem, era um autodidata em botânica e havia se estabelecido na sua cidade
natal, com uma loja de flores e floricultura onde ele mesmo produzia as flores
que vendia.
Agora ele tinha condições de casar com Lívia,
de oferecer a ela tudo o que ela merecia. Mas não a encontrou. E novamente
desapareceu.
Seu tio procurou por ele, precisa contar que
sua tia havia falecido, tinha que passar para ele alguns valores, jóias de
família que sua tia havia guardado para ele. A loja de flores que era dele estava
aberta funcionando normalmente, tinha um gerente. Mas dele ninguém sabia.
Alex estava desesperado atrás de Lívia. Dr.
João dissera a ele que ela estava trabalhando nos Médicos Voluntários, e que
estavam muito preocupados, porque fazia algum tempo que não sabiam noticias
dela, que aquilo era loucura, ela estava em meio a uma guerra civil.
Ele tentou entrar em contato, mas eram vários
grupos que atuavam em diferentes frentes e não obteve noticias dela. Então ele
foi para lá. Estava percorrendo a região, com um dicionário na mochila, para
poder se comunicar com as pessoas do lugar. Havia uma revolução e estourava
bombas a toda hora.
Passados alguns dias Lívia entrou em contato
com os pais, e eles pediram que ela voltasse, já estava mais de dois anos neste
trabalho, e que a revolução era muito sangrenta. Eles precisavam dela.
Lívia disse que voltaria sim, não porque eles
estavam pedindo, mas porque estava doente, com anemia, e não podia trabalhar. Ela
chegou muito magra e abatida, com olhos fundos. Não era mais mesma.
Ela trabalhou à exaustão para aliviar o
sofrimento daquelas pessoas, para ela não se entregar ao seu próprio sofrimento.
Mas foi um esforço demasiado. Ela adoeceu.
Quando chegou a sua primeira pergunta foi se
tinham noticias de Alex. Seus pais se olharam e responderam que não. Ela murchou mais ainda. Fazia muito
tempo, só a rosa não bastava. Doía muito a ausência dele. Essa angustia que
tinha no peito prejudicava sua recuperação.
Soube que ele agora tinha uma floricultura,
ficou feliz com essa noticia, foi até lá e não conseguiu nada, nenhuma
informação.
Lívia resolveu colocar um detetive para
procurar Alex. Não importava qual seria o custo. Ela precisava de pistas. Nem
que o detetive tivesse que ir até o fim do mundo.
Por fim chegou uma informação que ele estava
ferido em um país da África, a região de onde ela estava. Não pensou duas vezes
e foi lá buscar ele.
Quando Alex abriu os olhos e viu Lívia em sua
frente ele pensou que estava sonhando.
-- Eu estou delirando...
-- Não meu amor, sou eu mesma. Vim te buscar.
-- Eu vim atrás de ti, não agüentava mais
ficar longe.
-- Eu sei. Dói muito. Mas tu sumiste!
-- Não, fui construir o nosso futuro.
-- Eu vi. Estive na loja.
-- É ?
-- Sim, achei legal.
-- Que bom.
-- Mas agora estou contigo, vou te levar para
casa.
-- Para a nossa casa?
-- Temos a nossa casa?
-- Sim, no apartamento onde nasci em cima da
loja. Está pronta te esperando. Arrumei tudo. Se não gostares pode trocar.
-- Eu vou amar.
-- Espero...
-- Descansa, dorme um pouco. Vou ficar aqui ao
teu lado.
Ele tinha sido atingido por estilhaços em várias
partes do corpo., inclusive no rosto. Teriam que esperar, ele ainda não podia
viajar.
Eles retornaram e foram direto para casa
deles. Lívia estava revoltada com seus pais que não tinham sido sinceros com
ela, não contaram da busca de Alex por ela. Amava seus pais, mas não entendia a
atitude deles. Por que eram tão contra Alex, que era uma boa pessoa, honesto e
trabalhador?
Lívia cuidou de Alex e Alex cuidou dela.
Estavam curados. A cicatriz na face de Alex era muito feia, mas aos olhos de Lívia
era um bonito sinal do amor que ele nutria por ela.
Casaram e Lívia abriu seu consultório ao lado
da Loja de Flores e moravam no apartamento em cima. No prédio que era da
família dele. Estavam felizes. Aos fins de semana iam para o sitio onde Alex
cultiva suas flores.
Lívia estava grávida, de gêmeos. Seria um
casal. A menina seria Lavínia, e o menino Luis Francisco em homenagem ao pai de
Alex.
Estavam passeando pelo sitio. Ela admirava as
flores cultivadas por ele com tanto cuidado, eram lindas e ela sabia a história
e as características de cada espécie. Ela sorria e dizia:
-- Esse é o cara que eu amo.
-- Vem cá, vou te mostrar uma coisa.
Ele a levou para a estufa, onde havia várias
espécies de orquídeas. Mas não eram elas que ele queria mostrar, mas sim uma
rosa negra que ele tinha cultivado para ela.
-- Essa é especial para ti, meu amor.
-- É linda, obrigada. Sabe, eu ainda guardo a nossa rosa vermelha,
foi ela que me deu forças para te esperar e encontrar a felicidade.
Abraçaram-se e ficaram contemplando a bela
rosa, confiantes no futuro feliz.
Maria Ronety Canibal
Maio de 2017
IMAGEM VIA INTERNET
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